DIAS IGUAIS
28/04/2021 - 14:20
Auto: /

Bons tempos aqueles no qual esperávamos com avidez, os dias da semana com as suas peculiaridades.

Quem não se recorda da sexta-feira, dia da esperança de um agradável final de semana.

Sexta sextou, com programas em bares, lanchonetes, restaurantes, boates ou simplesmente reunião com amigos em casa!

Sábado da feijoada e churrasquinho em toda cidade.

Domingo da macarronada em reunião da família.

Na minha casa com o aumento da família, tive que ampliar o salão do almoço, para abrigar filhos, netos, genros e bisnetos no mesmo aconchego.

E o que dizer da segunda da preguiça e terça, quarta e quinta no papel burocrático de completar a semana!

Quase todos os meses tinham os abençoados feriados, civis e religiosos cada qual com a sua caracterização histórica.

A vida era gostosa e esperada onde a aglomeração era o ponto alto.

Tudo evoluiu e o vírus chinês saiu de casa para ganhar o mundo, com o nome de pandemia.

Dizimou em pouco tempo, milhares de vidas em todo o universo, produzindo dores, tristezas, e pobreza.

A ciência médica ficou humilde, pois desconhecia totalmente a nova doença e seu ciclo de evolução e cura.

O mundo mudou para pior, e o abraço que tanto bem faz ao ser humano foi proibido.

Aqueles que podem estão condenados ao isolamento social.

O vazio acentuou a solidão perversa inimiga do homem.

A vida do velho ficou insuportável, com o terrível ninho vazio dando lugar,

a sofridos pesadelos de horror.

E o vírus chinês continua matando!

Quanto mais estudo essa doença, menos sei. A única certeza é que cada dia mais vidas são ceifadas.

Temos que descobrir como encarar a morte, como evento fisiológico.

A esperança de vida simbolizada pela vacina tem que chegar a todos, o mais rápido possível.

Só assim, acredito que os dias serão diferentes, e a felicidade voltará ao nosso convívio com muitos abraços e beijos.

 

Gabriel Novis Neves

04-04-2021
 

FONTE: https://bar-do-bugre.blogspot.com/2021/04/dias-iguais.html
EDIÇÃO: REPRODUÇÃO